Monday, April 30, 2007

esta quase....

Sunday, April 29, 2007

Uma homenagem a alguém que vejo partir, e cuja ausência deixa um vazio do tamanho da humanidade...

Mstislav Rostropovich por SalvadorDali

Mulher na Janela

IndieLx 2007

E não é que uma pontaria digna de um mestre do jogo das setas, me fez (no único dia que me consegui arranjar p o ir ao indie) ver numa sessão dupla 2 dos premiados....

"El Amarillo" Sergio Mazza


"Sergio Mazza capta o fluir do tempo, que se esconde nos povoados do interior da Argentina. Usando a câmara como um pintor usaria os pincéis, o seu estilo revela um agradável fluir de planos abertos, que nos vão introduzindo nas rotinas de La Paz, uma pequena localidade na Argentina. É aqui que vem parar Lucio, que, como um cão perdido, vagueia sem destino à procura de emprego. Em La Paz pára a sua busca... não porque tenha encontrado trabalho, mas sim porque fica hipnotizado pelas canções de Amanda, a dona de um bordel.O filme incorpora a natureza do lugar, onde o rio, os usos e costumes e o tempo da sesta definem o carácter das personagens."


A narrativa assume aqui quase um papel aparentemente secundário, e nem por isso, a primeira vista especialmente estimulante, mas o fluir dum tempo elementar, presente, lento, vagaroso e poético aliado a um jeito de reportagem documental confere talvez uma aura de cinema de autor a esta primeira obra do Argentino Sergio Mazza. Destaqueainda para a interpretação e música de Gabriela Moyano.


"Half Moon" Baham Gobadi


"Do internacionalmente aclamado realizador iraniano chega-nos um filme embebido em música. A história trágico-cómica de um antigo músico e da sua comitiva de dez filhos atravessando o Curdistão através da fronteira Irão/Iraque, para um último concerto, depois de muitos anos sem qualquer aparição pública: mas o velho músico insiste que a sua música precisa de uma voz feminina. Como tal têm de esperar sete meses enquanto tentam conseguir autorização para que uma mulher possa viajar com eles, mas como no Irão é proibido as mulheres cantarem, acabam por fazer a viagem ilegalmente...
Um filme recheado de momentos mágicos, músicas religiosas (regra geral cantadas por uma mulher) e as deslumbrantes paisagens do Curdistão iraniano. O filme tem muitas nuances “mozartianas”, não apenas no tema, mas também no tom, que vagueia entre a tragédia e a comédia."


A temática Curda é uma das essenciais preocupações do cinema de Gobadi, e entra neste half moon num registo menos político, menos sentimental, mais neutral digamos, que nos anteriores Tempo Para Cavalos Bêbados e As Tartarugas Também Voam. Belíssimos momentos os proporcionados por este filme, deixo aqui o link para uma entrevista a Baham Gobadi.

Saturday, April 07, 2007

até já

Queria sentir-me bem..... com alguém
alguém que capaz de me sussurrar ao ouvido esta música, com a música num plano sibilante
http://www.youtube.com/watch?v=XpUIsmv3AGI
alguém que aprecie chocolate quente por cima de uma gelado,
alguém capaz de se perder num aroma vaporoso de uma chávena de café acabado de fazer
alguém capaz de se perder na simplicidade de embrulhar e enterrar os pés na liberdade de uns grãos de areia,
que reconheça e aprecie a simplicidade quente de uma lareira acesa numa noite fria e cinzenta de inverno,
alguém que se perca na incerteza do tempo incerto
com a certeza simples de um sentimento,
alguém capaz de condensar o mundo num gesto, num olhar, no lento e vagar precipício do desfolhar de um dente-de-leão,
capaz de condensar uma hora num segundo e ampliar um milésimo a uma eternidade....


e fiz um ano.... solitário, é certo, mas um ano feito de horas, minutos, segundos de experiências e mudanças, e de amigos...
e o futuro é feito da presença incerta, e certa, do presente e do desconhecido, do provável, das boas e más surpresas,
de mim...
e de quem me lê...
...
até já

Tuesday, February 06, 2007

ausência...

as mais sinceras desculpas aos frequentadores deste lugar, pela fraca actividade a que este pedaço de coisa dialogante que a vós se dirige agora, o sujeita. A sua actividade seria decerto muito maior se de facto o projecto que o iniciou, que era torná-lo num espaço comum, fosse de facto comum... a fraca postagem que por aqui reina nestes dias deve-se essencialmente a isto:


que, por outro lado, tem vindo a tornar-se numa fonte de objectos, alguns deles de verdadeira devoção. Um deles é este (que ainda agora me espanta a forma avassaladora como tomou conta de mim)

a experência que é ler este livro tem expressão exacta nas palavras com que Daniel Sempere descreve o seu encontro com um tal de Julián Carax e um romance intitulado " A Sombra do Vento":

"Os minutos e as horas deslizaram como uma miragem. Horas mais tarde aprisionado pelo relato, mal dei pelas badaladas da meia-noite na catedral a repicar ao longe. Enterrado na luz de cobre que o candeeiro flexível projectavam mergulhei num mundo de imagens e sensações como nunca as tinha conhecido. Personagens que se me afiguravam tão reais como o ar que se respirava arraastaram-me para um túnel de aventura e mistério do qual não queria escapar. Página a página, deixei-me envolver pelo sortilégio da historia e do seu mundo até que o sopro do amanhecer acariciou a minha janela e os meus olhos cansados deslizaram pela última página. Deitei-me na penumbra azulada do alvorecer com o livro sobre o peito e escutei o rumor da cidade adormecida a gotejar sobre os telhados salpicados de púrpura. o sono e a fadiga batiam à minha porta, mas consegui render-me. Não queria perder o feitiço da história nem dizer adeus ainda Às suas personagens."
Daniel Sempere in "A Sombra do Vento" - Carlos Ruiz Zafón



Sunday, November 26, 2006

1923-2006

O último post que tentei fazer, era este...



Mário Cesariny de Vasconcelos




coro dos maus oficiais de serviço
na corte de epaminondas, imperador



uma morte loura
simpática
acolhedora
que não dê muito que falar
mas que também não gere
um silêncio excessivo



uma morte boa
a uma boa hora
uma morte ginasta tradutora
relativamente compensadora
uma morte pedal espinha de bicicleta quase carapau
com quatro a cinco soltas a dizer
que se ele não tivesse ido embora
tão jovem tão salino
boas probabilidades haveria de ter
de vir a ser
dos melhores poetas pós-fernandino


vá lá vá lá Mário
uma morte
naniôra
que não deixe o esqueleto de fora como nos casos do mau gosto
os esqueletos têm sempre um quê de arrependidos
se bem que por aí já convinha lá isso já também era verdade



o demais demora
e
francamente
nunca será teu


vá vá vamos embora


custava-te menos agora
e ainda ias para o céu

Tuesday, November 14, 2006

ele tem um álbum novo

e ela também

:)

Friday, October 27, 2006

Posto de Escuta



Kurt Halsey